Iluminação Para Moda e Beauty – Direção Da Luz – Parte 2
Vamos continuar falando sobre a direção da luz, na fotografia de moda e beleza. Anteriormente analisamos aspectos técnicos e estéticos dessa questão relacionados isoladamente ao eixo vertical, agora vamos estudar suas possibilidades em relação ao eixo horizontal.
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Eixo Horizontal
É importante lembrar que para se entender os efeitos relacionados à direção da luz temos que adotar um pensamento cartesiano, ou seja, determinar sua posição no eixo vertical e no eixo horizontal, simultaneamente, pois, toda fonte de luz estará posicionada em um determinado lado e a uma determinada altura. Já sabemos que no eixo vertical temos três possibilidades principais, a luz de cima, a de baixo e a luz na altura dos olhos (ou rosto) do modelo, agora vamos seguir adiante e entender os efeitos relacionados às posições na horizontal.
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No eixo horizontal temos três possibilidades de posicionamento da fonte luminosa, sendo a primeira a luz frontal. Entende-se como luz frontal apenas a iluminação colocada exatamente a frente da modelo, com uma pequena margem de erro de poucos graus para algum dos lados, normalmente menor que 15 graus. Essa forma de iluminação não gera sombras evidentes e por isso resulta em uma imagem com menos volume e menor textura de pele, por isso, esse posicionamento é muito utilizado para os retratos de mulheres, bem como, para as imagens comerciais de beleza feminina.
Modelo Jessica May
Luz frontal para editorial de beleza
Podemos perceber pela imagem acima como essa forma de iluminação favorece os elementos visuais da beleza feminina. Os poros da pele ficam suavizados, as linhas de expressão e olheiras também ficam menos aparentes, não temos sombras evidentes projetas pelo nariz, boca e outras partes, o que diminui a sensação de volume, portanto, todos os elementos visuais gerados contribuem para a construção de uma imagem que explore o beauty comercial feminino.
A segunda possibilidade de posicionamento da fonte luminosa no eixo horizontal é a luz lateral, isso significa qualquer ponto lateral desde que não esteja exatamente de frente para o modelo ou que passe para uma área atrás do mesmo. Para aqueles que preferem pensar em graus, podemos compreender entre 15 graus e 90 graus, pois, em ângulo menor do que 15 graus temos uma luz frontal e em ângulo maior que 90 graus começamos a iluminar o modelo em contraluz.
Essa forma de iluminação cria sombras evidentes o que aumenta a sensação de volume e textura, por esse motivo é muito usada para a fotografia de moda e book, em que a expressão da atitude e comportamento esta em primeiro plano.
Luz lateral para book – valorização da atitude e comportamento da modelo
Na imagem anterior podemos ver como essa iluminação cria sombras sobre parte do rosto e do corpo da modelo o que revela muito os volumes e formas na imagem e por esse motivo também usamos essa iluminação para os retratos e books masculinos.
Book masculino – Luz lateral valorizando a expressão e atitude do modelo
Podemos perceber como as imagens masculinas estão ligadas a expressão do comportamento e mesmo a ideia de beleza masculina fica vinculada mais a atitude do que a parâmetros clássicos de beleza e por esse motivo, essas imagens podem se beneficiar dos aspectos estéticos da iluminação lateral.
Nossa terceira e ultima possibilidade de posicionamento da iluminação no eixo horizontal é a contraluz, ou seja, qualquer ângulo que esteja atrás do modelo. Pode ser exatamente atrás do da pessoa fotografada (de frente para a câmera) ou lateralmente, mas ainda em algum ponto atrás do mesmo. A característica principal dessa forma de iluminação e o seu efeito de silhueta que desenha uma linha de contorno no sujeito ou objeto.
Contraluz – Modelo iluminada apenas por contraluz em que podemos ver o efeito de silhueta
Essa posição da luz gera sombras sobre a face do modelo e por esse motivo a contraluz não é utilizada como luz principal, na fotografia de moda. Salvo em poucas exceções, sempre teremos essa forma de iluminação em conjunto com outra que fará o papel de luz principal, iluminando a face do sujeito e atribuindo para a contraluz o papel de iluminação de efeito.
Modelo Kethlin Rigoni
Contraluz como luz de efeito – Contraluz marcando a silhueta e luz frontal
como luz principal iluminando a face da modelo
Agora que conhecemos as possibilidades de direcionamento da iluminação, suas utilizações e efeitos. Recomendamos que essas ideias sejam praticadas e testadas exaustivamente, tanto com iluminação natural, (luz solar) quanto com iluminação artificial, (em estúdio quando possível) com a intenção de criar intimidade com esses conceitos. Analisar a forma como os grandes mestres e profissionais da atualidade, utilizam esses elementos também e essencial para o entendimento pleno desse assunto. Bons estudos e até a próxima.
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